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AS 7 HABILIDADES ESSENCIAIS PARA OS TRABALHOS DO FUTURO

Vivemos em uma época de profundas transformações. As novas tecnologias estão mudando radicalmente a natureza do trabalho em todos os setores e ocupações. Novas indústrias estão nascendo constantemente no mercado e as antigas estão se tornando obsoletas.
Um recente relatório do World Economic Forum revela que quase 65% dos empregos que os alunos do ensino fundamental terão no futuro ainda não existem. Tanto a força de trabalho como nossa base de conhecimento estão evoluindo em ritmo cada vez maior.
Logo, se quisermos sobreviver e triunfar no mercado de trabalho do futuro, precisamos pensar de maneira diferenciada sobre as nossas habilidades e usá-las da melhor forma possível. Mas, afinal, quais são as habilidades que as gerações futuras irão precisar?
O especialista em educação Tony Wagner passou a maior parte de sua vida tentando responder à pergunta. Após investigar o setor educacional, entrevistar líderes e estudar a força de trabalho global, ele identificou 7 habilidades essenciais para sobreviver no mercado de trabalho do futuro. São elas:

1. Pensamento crítico e resolução de problemas
Fazer perguntas – principalmente boas perguntas – é a base do pensamento crítico. Antes de resolvermos um problema, devemos analisar e questionar criticamente suas causas e seus motivos. Só que as escolas ensinam os alunos a responder perguntas, mas não a formulá-las.
No livro Out of Our Minds (2011), Ken Robinson afirma que as perguntas que fazemos são mais importantes do que as respostas que procuramos. Isso porque toda indagação leva a linhas específicas de busca. Assim, ao mudarmos as perguntas, um horizonte totalmente novo pode se abrir à nossa frente.
É por isso que o pensamento crítico e a resolução de problemas são muito poderosos quando combinados. Afinal, todos temos nossas limitações e áreas que desconhecemos. Não temos as respostas e soluções para todos os problemas. Mas, fazendo as perguntas certas, podemos chegar muito longe.
Esse conjunto de habilidades constrói o próprio fundamento da inovação. Logo, aqueles que exercem o pensamento crítico e buscam formas inovadoras de resolver os problemas terão muitas oportunidades no mercado de trabalho do futuro.

2. Colaboração entre redes e liderança por influência
Estamos observando uma tendência cada vez maior de trabalho na nuvem. Empresas multinacionais estão fazendo com que suas equipes de funcionários colaborem em diferentes escritórios em todo o planeta. Muitos funcionários estão exercendo suas atividades em casa, sem perda de produtividade.
A tecnologia permitiu que o trabalho e a colaboração transcendessem as fronteiras geográficas. Nesse contexto, a colaboração em redes digitais – e com indivíduos de origens e culturas radicalmente diferentes – é algo para o qual a nossa juventude precisa estar preparada.
O mercado do futuro valorizará os profissionais capazes de colaborar entre redes, bem aqueles capazes de liderar equipes. Mas o líder do futuro não será aquele que comanda com autoridade de cima para baixo; será aquele que influencia grupos e estabelece alianças para trabalhar em conjunto em direção a um objetivo comum.

3. Agilidade e adaptabilidade

Nossa mentalidade de educação e trabalho foi projetada para procedimentos rotineiros e fixos. Aprendemos a fazer algo uma vez e repetir essa ação outra e outra vez. Contudo, o mundo em que vivemos é incerto e volátil, e exige que saibamos nos adaptar e redefinir estratégias.
Embora a trajetória humana sempre tenha sido turbulenta, a escala e velocidade das mudanças nunca foram tão expressivas. Logo, os profissionais capazes de se adaptar às novas transformações, aprendendo novas habilidades e desenvolvendo novos mindsets, terão mais oportunidades no mercado do futuro.
Afinal, como disse o escritor Alvin Toffler, os analfabetos do século XXI não serão aqueles que não conseguem ler e escrever, mas aqueles que não conseguem aprender, desaprender e reaprender.

4. Iniciativa e empreendedorismo
Os sistemas educacionais não foram projetados para inspirar os realizadores e os inovadores. Para a maioria dos alunos, o desenvolvimento de habilidades empresariais e iniciativas relacionadas ao empreendedorismo muitas vezes fazem parte de suas atividades extracurriculares.
Curiosamente, as empresas procuram justamente o contrário. Ao longo de sua pesquisa, Wagner descobriu que, mesmo em ambientes corporativos, os líderes empresariais estão lutando para encontrar funcionários que busquem novas oportunidades, ideias e estratégias de melhoria.
Logo, as pessoas capazes de tomar iniciativas, atitudes empreendedoras e que estejam dispostas a resolver problemas globais terem muitas chances no mercado de trabalho do futuro.

5. Comunicação e escrita eficaz
Um estudo divulgado pelo The Partnership for 21st Century Learning (P21) demonstrou que a maioria dos alunos do ensino médio tem problemas na comunicação. A comunicação clara é uma habilidade muito importante porque, acima de tudo, é uma extensão do pensamento.
Saber apresentar argumentos de forma persuasiva e inspirar os outros com paixão são características essenciais hoje e deverão ser ainda mais no futuro. Afinal, como alguém poderá entender o que você quer vender se sua comunicação não for clara? Como você poderá promover um produto sem se comunicar bem?
Para o empresário Richard Branson, a comunicação é a habilidade mais importante que qualquer líder pode possuir. Como muitos, ele notou que saber falar bem e saber escrever de forma eficaz são habilidades que podem ser aprendidas e consequentemente usadas para abrir muitas oportunidades.

6. Avaliação e análise de informações
O cérebro humano evoluiu em um mundo distante e mais simples do que o atual, no qual a quantidade de dados era muito inferior. Hoje, vivemos a era da informação. Todos os dias criamos 2,5 quintilhões de bytes de dados, sendo que 90% deles foram gerados apenas nos últimos 2 anos.
Se já era difícil processar os dados no passado, agora o cenário é ainda mais complexo. A explosão informacional onera a todos. Lutamos para equacionar o que realmente precisamos (e o que não precisamos) saber, mas, no final do dia, nos damos conta de que é impossível absorver todas as informações disponíveis.
Embora o acesso à informação tenha aumentado drasticamente, existem muitos conteúdos falsos, inverídicos e equivocados publicados na Internet. As escolas pouco ensinam os alunos sobre como avaliar a fonte e o conteúdo das informações acessadas, contribuindo para reproduzir conteúdos indevidos.
Na era da notícia falsa, aqueles que desejam sobreviver no mercado de trabalho deverão saber avaliar e checar informações de várias fontes diferentes através de uma lente crítica. As empresas cada vez mais necessitarão de profissionais com essas características para que possam se manter vivas no mercado.

7. Curiosidade e imaginação
A imaginação é o dom fundamental da consciência humana. Com ela, podemos escapar do momento presente, revisitar e rever o passado, e antecipar possíveis futuros. Embora não sejamos capazes de prever o que irá acontecer, podemos ajudar a criar o futuro a partir de ideias produzidas em nossa imaginação.
Já a criatividade envolve colocar a imaginação para trabalhar. No livro Out of Our Minds (2011), Ken Robinson sustenta que a criatividade é a imaginação posta em prática. Os seres humanos são dotados de ilimitados poderes criativos, mas muitos não reconhecem essa habilidade e não sabem como desenvolvê-la.
Um dos principais motivos para que tantas pessoas não se julguem criativas é a educação. Os sistemas de formação em massa foram desenvolvidos a partir da Revolução Industrial, para atender às demandas de uma época que já passou. Em síntese, não foram projetados para a realidade de hoje.
As pessoas capazes de desenvolver e exercitar a criatividade terão muitas oportunidades no mercado do futuro. A curiosidade e o pensamento fora da caixa são poderosos motores de novos conhecimentos e inovações, e deverão se tornar habilidades imprescindíveis para as empresas.

O mercado de trabalho do futuro
Existe um forte contraste entre as habilidades de sobrevivência do futuro e o foco da educação hoje. Estamos usando ideologias pedagógicas do século XIX para atender os desafios do século XXI. Precisamos estabelecer um novo mindset, cultivando relações criativas entre as disciplinas e a educação.
Em síntese, em vez de preparar os alunos para a faculdade, devemos prepará-los para a vida. Em vez de ensinar os jovens a responder perguntas, devemos ensiná-los a fazer melhores perguntas. Em vez de desenvolver melhores funcionários, devemos desenvolver melhores líderes.
A adoção de novas perspectivas poderá transformar radicalmente o futuro da educação, do mercado de trabalho e, acima de tudo, o mundo em que vivemos. É chegada a hora de abrir a mente, pois, como uma vez disse o físico Albert Einsten, a mente que se abre para uma nova ideia jamais volta ao seu tamanho original.
O mundo está cada vez mais rápido, hiperconectado, complexo e fragmentado. Logo, enquanto o nosso sistema educacional não muda, cabe a nós mudar, nos adaptar e desenvolver novas habilidades para sobreviver no mercado de trabalho de amanhã.
Enfim, somente assim estaremos preparados para esse futuro repleto de desafios.

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